" Afinei os meus ouvidos, pra escutar suas chamadas..."
Então, sabe o que é? Foi. Um olhar, um mísero olhar, daqueles que só os míopes como eu, conseguem fazer: Você fixa no objeto a ser olhado, focaliza, força os olhos para o foco ser melhor, enruga a testa, e fica lá, olhando, até conseguir enxergar direito o objeto em questão.
Mas sabe, eu SEMPRE olhei assim. Como é que agora, soa tão diferente? Como é que só agora o objeto em questão tornou-se muito maior do que o olhar?. Inexplicável.
Tentamos fazer com que nossa vida siga o roteiro que nós imaginamos na nossa cabeça: Em uma fria noite de inverno/outono (dane-se, o importante é a noite fria, adoooro frio!) de repente, você olha e fala: “Esse é o cara!”, mas o cara em questão tem que ser AQUELE que você tanto quis por toda a vida, o lugar TEM QUE SER aquele que você sempre imaginou nas suas fantasias mais românticas, o MODO como você reage tem que ser aquele mais natural possível e claro, o desfecho...Ah, o desfecho te que ser o DE FINAL DE NOVELA DAS OITO, com MÚSICA DO FREJAT ao fundo e o direito da frase “felizes para sempre” no roda pé... Qualquer coisa que passe um milímetro longe disso tudo que você sonhou, não serve, não é “coisa do destino”, “não tem aquela química né, não?”. Fala aí que não é?!! Duvido!
Às vezes tudo o que se sonhou era utópico sabe? Às vezes, tudo que se viveu não passou de... Passagem. E isso mesmo: p-a-s-s-a-g-e-m, meu caro. Às vezes o que a gente procurou estava logo ali, em nosso focinho e nunca percebemos.
O cheiro, o gosto, o toque, o olhar, o sorriso, o ombro, as palavras, as piadas, as músicas, as frases feitas, os pileques, as confidências, as lágrimas choradas pro outrem, hoje fazem um sentido diferente. Ou melhor, começam a fazer um sentido diferente. Amadurecem aos poucos. Tomam um colorido especial. Uma cor de descoberta, que mistura medo de perder algo ao qual sempre se deu muito valor por uma vontade quase infame de tentar algo que nunca esteve nos planos.
Às vezes o que a gente precisa é de tempo. Tempo para digerir as histórias mal resolvidas em nossas almas. Tempo para amadurecer idéias. Tempo para perceber sentimentos. Tempo para pensar neles. Tempo para defini-los. Tempo para vivê-los.
Às vezes perdemos tempo demais querendo o que não é pra gente. Perdemos tempo demais definindo o que é melhor pra gente quando na verdade deveríamos perder tempo é pensando na música que tocou, na palavra que se falou, no gosto que se experimentou, na sensação que se sentiu, no sentimento que por fim, se definiu...
Agora é tempo de por na balança, todos os prós e contras. Ser sensata. Ser madura. E perceber que deve-se simplesmente viver a vida e não o final triunfal de uma novela das oito. Que não se deve querer apenas uma frase, existem tantas. Que deve-se querer apenas aquilo que nos faz feliz. Se completa, se é encontro Kármico, se é coisa do destino, se é “o cara”, isso o tempo vai me dizer. Mas mesmo pensando em tudo isso, mesmo tecendo toda essa nova história, a música do FREJAT é algo que eu não dispenso. Meeesmo!
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