Todo mundo que eu conheço já terminou com alguém, com alguma situação. Eu não. Sempre acabaram comigo. Namoros, amizades, empregos, sempre a decisão do fim, da hora de partir, foi dos outros, nunca minha.
Talvez porque eu tenha dentro de mim um sentimento de conto de fadas e quero que tudo e todos sejam "felizes para sempre". Eu sempre pensei que se pudesse tentar um pouco mais, que havia alguma coisa pequeninha que salvasse aquela situação que já andava por uma corda bamba e estreita que só faltava um ventinho para arrebentar, tudo iria ficar bem, teria um novo começo para o fim ser um pouco mais doce e prazeroso.
Claro que isso nunca foi bom, porque insistir em algo que você nota claramente que não vai dar mais certo, sempre machuca e faz mal. E muito.
Foi assim com os amores da minha vida. Até que encontrei aquele com o qual eu sei que vou passar o resto dos meus dias.
Foi assim com as amizades da minha vida. Até que entendi que colega é completamente diferente de amigo.
Foi assim com todos os empregos da minha vida. Até agora.
Até agora porque eu cheguei naquilo que muita gente chama de "fundo do poço". Eu preciso de coisas novas. Eu preciso de estímulos novos. Preciso me reciclar. Crescer. E o fundamental para tudo isso: Preciso de dinheiro.
Eu fiquei meses ensaiando uma decisão postergada por um tempo maior do que o necessário. Um tempo que hoje me custa olheiras que não saem, noites mal dormidas (por serem dormidas somente por três horas), uma preocupação sem tamanho, uma falta de auto-estima de dar vergonha por não poder comprar uma bala de 0,10 centavos se eu tiver vontade e o pior de tudo, uma tristeza muito maior do que eu possa suportar.
Tem hora que a gente tem que dar um basta. Mas quando você nunca precisou dar um basta em alguma coisa, fica muito difícil, quase que impossível. E acho que somente eu mesma consiga entender esse meu ponto de vista.
Mas, como diria Caio Fernando Abreu "Relaxa baby e flui. Barquinho na correnteza, Deus dará"
O meu barquinho parte amanhã. Pra um futuro muito melhor e que hoje daqui desse fundo imenso eu não consigo enxergar.
A Michelle, no fundo, no fundo, sempre soube que é sempre assim. A gente tem que se perder na dor pra se encontrar no fim.
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