Olha, eu ando mesmo sem a menor paciência em perceber que há muito tempo ando em círculos e não saio do mesmo lugar. Não há caminho novo e nenhum pelos quais eu ando conseguem me levar aonde eu realmente quero chegar.
Eu estou cansada. Cansada do marasmo, da monotonia... Mas ora, vejam só! Logo eu que tenho o veneno antimonotonia!!! Ou pelo menos pensava que o tinha... Pelo jeito somente o Cazuza o encontrou um dia...
Me cansa perceber que as coisas que faço de nada adiantam, perceber que posso talvez estar esperando muito de alguém que em algum momento possa me dizer " tchau! I have to go now...", perceber que as canções que ouço, os livros que leio, as pessoas com quem falo não surtem mais o efeito almejado anteriormente.
Aliás, desrespeitando todas as regras da boa escrita, quero fazer um adendo. Refletindo sobre minha medíocre vida, hoje na hora em que tomava banho, me dei conta que eu falo diaria e assiduamente com apenas com 5 pessoas e que durante toda semana você somente me encontrará em dois lugares: casa e escritório. Gente, 5 pessoas, 2 lugares? A minha vida é mais mediana, sofrível e insignificante, qo que eu supunha... Bem, voltemos aos pensamentos.
Me cansa também não ver nada pela frente. Vocês se lembram daquela modelo que no ano de 2001 viajava junto ao namorado em um helicóptero em uma noite de chuva muito forte fato que causou o acidente trágico e a sua morte? Se não me engano, o nome dela era Fernanda Vogel. Então, na época fiquei muito impressionada com a história e todos os fatos e coincidências que a rondavam, por isso ficou tão marcada em minha memória. Na época do acidente lembro de ter visto uma entrevista da mãe da guria na tv, dizendo que a filha teria feito um mapa astral alguns meses antes do acidente e que nesse mapa astral do mês em que a filha faleceu em diante nada era indicado, é como se ela tivesse terminado por ali mesmo. Enfim, escrevi tudo isso, pois essa história sempre me vem a cabeça quando penso em mim. A diferença entre mim e a Fernanda é que eu ainda estou nesse plano. De corpo temos certeza que sim, mas de alma... Ah, alma... Essa precisava de coisas realmente significantes para perceber que ainda está por aqui também...
Me cansa o fato de aordar pela manhã e não poder produzir nada durante o dia. Me cansa o fato de ter de passar o meu feriado sem dinheiro sabendo que o teria, me cansa querer fazer um curso bacana e não poder, me cansa querer me olhar e não me encontrar mais.
Aliás, nada disso me cansa, por que cansaço é físico. É aquela dor nas pernas, nas costas ou nos punhos que com um banho, um analgésico, uma música gostosa, um abraço depois de afago gosto, passa. E você acorda renovada, vitalizada.
Na verdade eu estou exausta. esgotada. esvaziada. empobrecida.
É mais do que um simples cansaço. É fadiga, é dor. Desalento e desencanto. Tudo isso notável. Nos meus olhos, no meu rosto, nas minhas olheiras cada dia mais latentes.
Tem uma frase de um poeta mineiro chamado Emílio Moura que diz assim: "viver não dói. o que dói é a vida que não se vive." Sabe, concordo em gênero, número e grau. Só que minha vida me dói. Um tanto que somente eu mesma consigo quantificar.
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