terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre escola.

Eu sempre fui boa aluna, mas nunca fui CDF. Sempre tirei boas notas, mas sentava no fundão, fazia bagunça com a galera, zoava pra caramba. Na faculdade não foi diferente. Sempre tirava boas notas, mas não dispensava aquele chopinho esperto numa aula chata qualquer da vida.
Eu não passei pela escola. Ensino pré-primário, fundamental, médio, superior. Eu aproveitei a escola. Em cada fase eu aprendi alguma coisa e levo para minha vida até hoje. Mas existem pessoas que simplesmente passaram pela escola e hoje penam como camelos no meio do deserto. Cada um tem uma facilidade. Uns com números, outros com fórmulas...
A minha era e é com a escrita, a literatura e de boa, queria muito que mais gente tivesse essa " facilidade". O prazer da leitura me fez aprender regras gramaticais, analisar se a Capitu com olhos oblíquos e dissimulados era ou não era uma vaca, conhecer o modo de pensar vários autores, conhecer o mundo pela palavra (já que conhecê-lo de verdade é beeeem caro). Poder ouvir e entender palavras de pessoas com um nível cultural muito maior que o meu sem fazer aquela cara de "blawhiskas" o que esse cara tá falando???.
Muita gente diz que falar e escrever corretamente é frescura, que é coisa de gente metida. Pode ser, mas me dá muita raiva quando eu vejo algumas pessoas com menos idade do que eu, que ainda tem as lições da escola frescas na mente soltando um "vou estar mandando um e-mail pra você estar conhecendo a nossa empresa". Meu, não dá!!
Tenho raiva também que muito poucas pessoas conheçam autores maravilhosos pela simples preguiça de ler. Quantas e quantas pessoas hoje no ambiente corporativo têm uma dificuldade ENORME em redigir um simples e-mail explicativo, por que não tem o hábito da leitura e por conseqüência o hábito da escrita, isso claro sem falar nos "ploblemas" da vida...
Muitas pessoas que estudaram na mesma sala que a minha, tiveram as mesmas lições, as mesmas professoras, os mesmos livros a disposição, a mesma estrutura preparada para atender as necessidades – em escolas PUBLICAS, diga-se de passagem - , mandam e-mails com a seguinte assinatura: Fulana blawhiskas – Assistente Financero.
Abrindo um parêntese gigante - Depois o governo vem com essa história de cotas nas faculdades. Para negros, para índios, e agora para estudantes de escola pública, com a desculpa que a escola publica não tem a mesma qualidade da escola particular. EU SOU TOTALMENTE CONTRA ISSO.
As escolas públicas têm bibliotecas, laboratórios, salas de aula, professores capacitados da mesma forma que uma escola particular. Sabe qual é a diferença? Numa escola particular, você não vê nenhum aluno rabiscando livros, jogando carteiras escada abaixo, depredando o patrimônio de onde estuda. Sabe o por quê? Por lá eles PAGAM para estudar. Os pais incentivam os filhos a prestarem atenção nas aulas, fazerem as tarefas porque é muito caro mantê-los por lá.
Diferentemente de uma escola pública, onde a maioria dos alunos vai simplesmente para passar o tempo, onde em casa eles não têm pais que incentivem ao estudo. Para a maioria é dever da escola dar a educação que em casa eles não são capazes de proporcionar.
Não concordo também com o discurso que muita gente prolifera por aí que isso é necessário por que muitos não tem as mesmas oportunidades. Meus pais também não tiveram educação, minha mãe porque simplesmente não quis e meu pai porque teve de ajudar os pais com as contas da casa e ir trabalhar. Mas correram atrás de suas oportunidades. As oportunidades somos nós que fazemos. – Fechando parêntese gigante.
Então, eu tenho vontade de “estar afogando em uma privada funda”, gente que fala e escreve errado por que quer. Todos nós temos oportunidade de “estar aprendendo” uma coisa legal por dia. E de boa? Isso acontece porque tem um monte de gente que sabe que a pessoa está falando errado e não tem coragem de “estar corrigindo a mesma”, com medo de ser tachado de chato e o caralho.
Pau no cú desse bando de idiotas!! São tão tolos quanto às pessoas que insistem em não enriquecer seu vocabulário e continuam falando errado por aí...
E tenho dito


“ Se eu falo errado é ploblema pra mim estar resolvendo, tá legal?!"

3 comentários:

Naná disse...

Nem vou comentar o quanto tais coisinhas me irritam...faço Letras...rsrsr

Óh, enquanto nao volto a postar, estou no microblog, visita lá!
http://twitter.com/mnazare

Bjo

Beth Ribeiro disse...

Concordo com vc..As pessoas são muito desinteressadas e infelizmente,muitas conseguem bom emprego por cauda do famoso QI (quem indica) e tráfico de influência,por isso nõase preocupam em escrever bem.Leitura,então?Preferem a tv e os programas idiotas do que um bom livro.Resultado?Vivemos em um país de incultos ambulantes e o pior,que muitos exercem funções sem nenhua capacitação para tal,sem sequer saberem manter um diálogo lúcido e claro por causa das faltas nas aulas de português.

(Recebi um convite de casamento recente e no convite individual para a festa,estava escrito que os noivos receberiam os "comprimentos" no endereço tal.Claro que vou.E claro que vou levar um metro,afinal,o casal parece "estar precisando" de conhecerem suas medidas exatas antes de se arriscarem na lua-de-mel)...

Bjs,linda!

Dois cigarros e um café. disse...

Olha eu gostaria de estar comentando o seu texto, porém estô com dô de cabessa, acho que meu sélebro está cançado.
Eu acho que erros comuns podem até passar, nem que seja por distração, o que eu acho pior mesmo é as pessoas não conseguirem se fazer entender por ter um vocabulário tão limitado.
Oi? Fui uma aluna medíocre mesmo, repetente, daquelas quase cretinas, nem por isso me tornei um adulto burro, o que faz a burrice é a preguiça como bem disse, a preguiça de pensar até, triste essa geração que tem tanta informação boa e não sabe o que fazer com ela. Tenho orgulho de saber ao menos redigir uma carta e conversar com qualquer pessoa, porque a burrice engloba a falta de respeito que nada tem a ver com pobreza/riqueza.

Adorei o texto, bem escrito. Percebe-se que é alguém "letrada" hahahahah.


Beijundas ^^